Decoração: como aplicar o Feng Shui no quarto infantil
Nem sempre temos esta ideia presente, mas a verdade é que o quarto dos nossos mais pequenos pode influenciar o rendimento escolar, a alegria, a criatividade e até mesmo alguns aspetos de saúde. Sabe-se também que um dos principais desafios na decoração do quarto infantil é criar um ambiente que responda a um equilíbrio entre o divertido e o seguro durante o dia e o confortável e sereno durante a noite. Neste sentido, é totalmente possível aplicar a técnica do Feng Shui no quarto infantil, para que a criança cresça de forma harmoniosa e saudável.
Convém começar com uma breve abordagem ao Feng Shui, porque pode ser desconhecido para alguns leitores. Portanto, o Feng Shui trata-se de uma prática milenar oriental que tem como objetivo equilibrar energeticamente o espaço, de modo a proporcionar bem estar a quem dele usufrui e este equilíbrio é alcançado através de diferentes fatores como a localização do quarto, a disposição dos móveis, as cores, a iluminação, os materiais escolhidos, a inclusão ou exclusão de alguns objetos e também pela lógica minimalista do “menos é mais”, de modo a que as energias fluam livremente.
Passemos agora para a exposição de algumas dicas de como aplicar o Feng Shui no quarto infantil, tendo em vista uma decoração leve e cuidada.
Localização do quarto
Idealmente, apesar de nem sempre ser possível, os quartos infantis deveriam estar localizados a nascente ou a sudeste, de modo a absorverem a energia ascendente e representativa do crescimento do sol, sendo que o poente é também uma boa indicação, particularmente para crianças hiperativas.
A disposição dos móveis
Antes de avançarmos para a disposição, vamos falar sobre o material dos móveis, que devem ser de madeira ou MDF e, preferencialmente, com cantos arredondados. Os cantos mais redondos criam uma atmosfera harmoniosa e, além disso, evitam acidentes domésticos.
Em relação à disposição do mobiliário, no caso de existir um berço, este deve ter a cabeceira muito bem protegida, encostada a uma parede ou a um móvel alto, evitando-se aqui a parede que possa separar o quarto da casa de banho, uma vez que – segundo o Feng Shui – a casa de banho ‘rouba’ as boas energias. Com o objetivo de proporcionar uma maior tranquilidade ao bebé também se deve evitar colocar o berço abaixo das janelas (cria uma energia muito ativa, que pode dificultar o sono) ou com os pés virados para a porta do quarto, assim como pendurar prateleiras acima da cabeceira do berço, porque pode levar a uma opressão de energia, causando algum tipo de incómodo. Então como devemos dispor a cama da criança? Segundo esta técnica oriental, a direção para onde a nossa cabeça está virada durante o sono é de extrema importância, porque acredita-se que, conforme a direção em que se dorme, absorve-se mais ou menos certas ondas energéticas. O ideal é irmos experimentando virar a cama dos mais pequenos em diferentes direções e ver a forma como se ajustam e se sentem. Seguem duas indicações:
Com a cabeça virada para este: esta é a posição ideal para crianças, por ser uma boa direção para o desenvolvimento e crescimento.
Com a cabeça virada para sul: esta direção deve ser evitada em crianças muito ativas.
Depois de posicionar o berço (ou a cama), já se pode dispor os restantes móveis como a cómoda, o trocador de fraldas ou o cadeirão de amamentação, sendo que o ideal é dispor os móveis e a decoração de modo a ter diferentes zonas definidas: amamentação, muda de fraldas, dormir, roupa e brincadeira.
No fundo, a distribuição deve ser estratégica e clara, para favorecer a circulação de energias positivas. Neste sentido, deve evitar-se colocar a cabeceira na frente de uma janela ou na frente da porta de acesso ao quarto. Além disso, deve evitar-se espelhos no quarto das crianças, porque se acredita que impedem que nos livremos de emoções antigas. Simultaneamente, amplificam as ondas eletromagnéticas e a eletricidade residual, não deixando acalmar.
De resto, convém salientar que é importante que haja mudanças de cenários ao longo do crescimento da criança, por estarem em constante evolução e o seu pequeno mundo deve abraçar esta transformação. Pelo menos uma vez a cada dois anos, os móveis devem ser alternados para acompanhar o movimento natural da sua própria vida.
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As cores
Segundo o Feng Shui, seja nas paredes, nos têxteis ou no mobiliário, devem sempre prevalecer os tons suaves e claros como o branco e os tons pastéis, evitando as cores mais intensas precisamente por serem estimulantes. Os tons térreos também são uma boa opção, mas sem exagero, e preferencialmente aplicados em alguns detalhes. No fundo e resumidamente, os tons claros trazem ordem, harmonia, serenidade e boas energias para os pequenos.
A iluminação e os têxteis
Tal como para qualquer divisória, durante o dia devemos sempre privilegiar a iluminação natural, evitando a exposição solar direta da cama/berço, porque pode contribuir para um sono mais agitado. Além disso, é importante abrir diariamente as janelas, nem que seja por apenas dez minutos, de modo a haver renovação do ar e das energias que circulam no espaço.
Quanto à iluminação artificial e para fomentar um ambiente mais tranquilo, devemos dar preferência a pontos de luz virados para cima, particularmente se colocados nas paredes. Tanto quanto possível, devemos ainda evitar candeeiros em metal por conduzirem de uma forma mais acentuada a energia eletromagnética e a eletricidade estática.
No que aos têxteis diz respeito, a primeira regra a fixar é a de que não devemos utilizar lençóis ou fronhas de almofada em material sintético, apenas em algodão. Os cobertores devem também ser em materiais naturais e para que o sono seja mais reparador e que a transpiração ocorra de forma adequada, o colchão deve ser em algodão maciço. Além disso, devemos privilegiar têxteis com cores claras e suaves para manter a harmonia do quarto.
No caso dos cortinados, a nossa sugestão são os de algodão, de preferência de enrolar, para que possam ser levantados durante o dia, criando uma atmosfera mais ativa, e baixados durante a noite, para que a criança possa dormir melhor. Durante a noite, além de fecharmos a porta do quarto, devemos também correr as cortinas, de modo a acalmar o fluxo de energia.
A organização e as fragrâncias associadas ao quarto
Tal como nos outros quartos da casa, não deves entulhar coisas debaixo da cama nem guardar objetos que já não têm utilidade essencialmente para não estagnar as energias. Além disso, é importante saber manter a ordem para que os mais pequenos saibam onde deixar as coisas que usam diariamente, para que possam pegar nelas e devolvê-las quase que inconscientemente. Para ajudar nesta tarefa da organização rotineira, a nossa dica é colocar diferentes caixas para que a criança guarde todos os seus brinquedos antes de dormir.
Outra dica essencial é evitar ter aparelhos eletrónicos próximos da cama, uma vez que emitem energia eletromagnética e os campos de eletricidade estática podem ser nocivos para a saúde. Se for possível, evita também pontos elétricos na parede da cabeceira da cama, uma vez que pode causar irritabilidade e agitação na criança.
Quanto aos cheiros, que nem sempre são considerados, nunca nos devemos esquecer da nossa missão de criar um espaço seguro para eles, que os inspire e potencialize os seus sentidos e, para isso, nada melhor do que as fragrâncias. Daí ser importante fazer uma cuidada seleção de um bom aroma, livre de álcool e que inclua perfume natural feito à base de óleos essenciais, sendo que o alecrim e a lavanda são bastante recomendados pelos especialistas nesta área. Devemos evitar aromas estimulantes e obviamente, no caso de crianças alérgicas, não devemos incluir fragrâncias no quarto.
Por fim, importa realçar que, segundo esta corrente, é importante haver, pelo menos, uma fotografia da família na decoração do quarto para criar uma sensação de amor e segurança. Portanto, e em suma, não há-de ser muito difícil decorar um quarto infantil com base na prática do Feng Shui. Com isto estamos a promover um ambiente calmo, seguro, simples e agradável!
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